Você já ouviu falar da Bronnie Ware? Ela é uma enfermeira que passou muito tempo trabalhando com pacientes em seus últimos momentos de vida. Bronnie é autora do livro “The Top Five Regrets of the Dying” (Top Cinco Arrependimentos Daqueles que Estão para Morrer”) onde ela fala sobre os desejos e arrependimentos em comum desses pacientes. Este é o tipo de lista que não dá pra ignorar:

1. Eu gostaria de ter tido a coragem de viver a vida que eu quisesse, não a vida que os outros esperavam que eu vivesse.
2. Eu gostaria de não ter trabalhado tanto.
3. Eu queria ter tido a coragem de expressar meus sentimentos.
4. Eu gostaria de ter ficado em contato com os meus amigos.
5. Eu gostaria de ter me permitido ser mais feliz.

O livro foi escrito com relatos de uma geração diferente da minha, mas a lição não tem faixa etária. Ninguém quer chegar ao final da vida sem ter aproveitado a jornada, e para aproveitar a jornada é preciso aproveitar cada dia de uma maneira especial. Para isso é preciso cuidar do tempo, cuidar dos seus sonhos, cuidar das pessoas que são importantes pra você, inclusive você mesmo.

Mas como levar a vida assim? A gente também quer ter sucesso, quer comprar coisas, quer reformar a casa, precisa pagar as contas, tem que fazer hora extra. Muitas vezes em busca do prazer imediato compramos. Consumimos roupas, status, informações e acabamos formando um monstro que precisa ser alimentado o tempo inteiro. Esse monstro faz com que sua casa fique cheia de coisas, muitas vezes sem valor, que depois você não consegue jogar fora porque “custou dinheiro”. Esse monstro faz com que sua vida fique cheia de demandas, que muitas vezes não são suas. Esse monstro faz com que você vá a compromissos e faça coisas que você não gostaria de estar fazendo.

E foi justamente para não alimentar mais este mostro que eu escolhi uma vida simples, apenas mudando algumas atitudes.

Uma vida simples conta apenas com o que é essencial, ou seja, importante para você, seu trabalho e sua família. Sabendo disso, você consome menos coisas, economiza dinheiro, ajuda o meio ambiente e diminui o tempo necessário para limpar e arrumar a sua casa.

Conseguir essa clareza do que é essencial é um exercício diário, mas você consegue refletir bem ao fazer um exercício de visão de longo prazo imaginando onde você quer estar daqui há alguns anos. Uma das coisas mais complicadas de administrar aqui em casa, por exemplo, foi o meu guarda roupa. Mas quando entendi que queria ter uma vida móvel, entendi que precisava minimizar o meu número de roupas, porque seria muito mais simples de administrar mudanças de residência, viagens, etc.

Uma vida simples é aquela que você cuida do que é mais importante, daquilo que te leva rumo aos seus sonhos, do que te faz feliz todos os dias.

Minha família e amigos são prioridades. Escolho ter um trabalho e uma vida que me permita estar com eles. Eu coleciono momentos, não coisas.

Uma vida simples não é uma vida no aperto, onde não dá pra fazer nada que você quer. É justamente o contrário: é uma vida com tempo, com menos stress, com mais energia e sem ruídos. Permitindo concentração e eficácia.

Você já deve ter ouvido a história do pescador e do executivo, certo? Depois de tentar convencer o pescador do quanto ele poderia ficar rico, o executivo conclui: “Aí você poderia se aposentar com todo o dinheiro que fez. Poderia se mudar para um simples vilarejo de pesca, onde você dormiria tarde, brincaria com os seus netos, assistiria jogos de futebol e faria a siesta com a sua mulher. Você poderia ir pro vilarejo à noite pra tocar violão e cantar com seus amigos.”

O pescador tem uma vida simples, mas ele pode fazer a siesta com a sua mulher todos os dias, não precisa esperar aposentaria coisa nenhuma.

É na simplicidade que encontramos as coisas mais preciosas da vida. E eu bem acho que o pescador é o esperto dessa história.

Você também gostaria de ter uma vida mais simples e com significado?

Confira a entrevista que a Marie Forleo fez com a Bronnie Ware, disponível no Youtube, sobre como viver sem arrependimentos.