26 de julho de 2021
Em 1981, a professora de psicologia da Universidade de Berkeley, na Califórnia, Christina Maslach, desenvolveu uma métrica para o Burnout em um artigo científico chamado “The measurement of experienced burnout”.
O MBI (Maslach Burnout Inventory) avalia Burnout com base em três critérios:
Um perfil de burnout requer uma pontuação negativa em todos esses três critérios acima. É interessante entender esses critérios porque, muitas vezes, o burnout é associado ao cansaço e à falta de energia apenas.
Você sente que seu trabalho não é mais tão interessante?
Que ele apenas paga as contas?
Ou ainda que nem liga sobre o que tá fazendo?
Burnout é algo complexo de medir. No entanto, se você está trabalhando longas horas, se sentindo ineficaz e totalmente desengajado da sua vida, preste atenção no alerta.
Já vi exemplos de quem chegou no extremo e trocou de carreira por nem querer saber mais do que viveu em um cenário anterior.
A real é que estamos todos, de certa forma, cansados. Não dá pra parar só quando o burnout bater à porta. Priorize sua saúde mental.
A qualquer sinal de cansaço, escute seu corpo e descanse. A qualquer sinal de sobrecarga no trabalho, busque negociar. Nem sempre dá, eu sei. Mas se der, experimente.
Em tempos em que jornais estampam matérias como “Longas horas de trabalho matando 745.000 pessoas por ano, segundo estudo”, valorizo e me inspiro em ambientes que organizam suas jornadas de trabalho para preservar a saúde das pessoas. Afinal, são as pessoas que importam.
Burnout não tem relação só com cansaço. Vai além. É complexo de medir porque, além da sobrecarga, existe a total falta de conexão com o que se faz. Acontece que, muitas vezes, confundimos exaustão com burnout.
No meu ponto de vista, a sociedade nos traz uma visão distorcida do que é prioridade. Somos educados a crescer, estudar, trabalhar, nos matar pelo trabalho, consumir, ter uma família, procriar, morrer.
Mas e as necessidades que nos tornam HUMANOS? Elas ficam sempre de escanteio. Estamos adoecendo porque não sabemos colocar limites, pouco damos espaço para o que, de fato, importa e nosso senso de prioridades é, muitas vezes, mais voltado para o externo do que o interno.
Se a sua vida se resume entre dormir e trabalhar significa que você precisa aprender a colocar limites e pensar nas suas prioridades. Se você está muito cansado, é um sinal do seu corpo pedindo que você DESCANSE.
Pensei muito nisso porque, em maio, tivemos a alegria de contar com o suporte da Farmacêutica e Terapeuta Ayurveda, Bárbara Neves, como líder na comunidade TRILHAS (todos os meses, temos um líder na comunidade com um desafio/ensinamento). Conheci a Bárbara no curso Laboratório de Produtividade e, desde o início, ela comentou comigo como a Jornada de Organização tem tudo a ver com as práticas do Ayurveda (tem um vídeo sobre isso no meu canal no YouTube).
Mas porque estou colocando Ayurveda, exaustão e burnout no mesmo balaio?
Porque aprendi com a Bárbara que #ayurveda é essa priorização do essencial. E a realidade é que entramos no modo ‘exaustos’ porque negligenciamos o essencial pra nossa vida (comer, dormir, descansar, viver momentos de ócio). A exaustão é um passo para o burnout, então, é preciso cuidado com isso.
Comece a anotar e enxergar padrões. Como você funciona? Em qual momento do dia você fica mais cansado? Quando você percebe que sua energia começa a cair? Em quais situações?
Esses padrões te ajudam a entender o seu corpo. Comece a notar também como é o seu descanso ideal. A partir do momento em que você reconhece isso, é preciso ser agente da sua própria mudança.
Se você cansou, o caminho recomendado é:
Muitas vezes, olhar pra isso te ajuda a sair desse estado de exaustão e evitar um possível problema. Ayurveda é sobre prevenção e, num mundo acelerado e cheio de pressão, prevenir um burnout é importante. Seu corpo não precisa adoecer para você aprender a mudar a rota e tomar decisões melhores. Dá pra reconhecer os sinais e ir fazendo ajustes pelo caminho no ‘aqui e agora’.
Conteúdos que dão suporte a esse texto:
Gabriela Brasil | Uma reflexão sobre a valorização do tédio
Gabriela Brasil | O que aprendi sobre Ayurveda ultimamente
Ayurveda e a priorização do essencial com Bárbara Neves – YouTube
Gabriela Brasil | Ressignificando produtividade (rotinas em tempo de pandemia)