16 de março de 2017
Este já é o meu terceiro mês utilizando o Bullet Journal e a experiência tem sido muito divertida. Outro dia desses refletindo sobre a estruturação do meu sistema de organização acabei notando que mesmo com a entrada do bullet o sistema continuou funcionando quase que 100% digitalmente. Não é difícil entender o porquê. É muito gostoso planejar no papel e é prático utilizar tecnologia para acompanhar o fluxo de atividades, principalmente no trabalho com as equipes.
Eu comecei a utilizar o Bullet Journal porque estava sentindo falta de alguma coisa na minha rotina que me fizesse entrar em contato com minha criatividade. Quando eu era criança tinha diversos cadernos coloridos e o meu passeio preferido era ir na papelaria. Colecionei papel de carta, já tive estojos gigantes de canetinha e sempre adorei escrever a mão. Mas com a evolução do digital eu acabei me distanciando aos poucos desses costumes.
Realmente é muito mais simples acompanhar as demandas do dia a dia de maneira digital. O celular está sempre comigo e eu posso acessar minhas informações e fazer pesquisas facilmente com um clique. Isso para o trabalho é muito benéfico. Quando alguém precisa de algo basta enviar um conteúdo arquivado no Evernote ou acessar uma lista online que mostra o passo a passo dos projetos com a equipe. O digital tem muitas vantagens e funcionalidades, é verdade. Mas o gostinho de escrever no papel, isso ninguém tira.
Acho que eu peguei birra de papel porque realmente odeio papelada acumulada. Papel dá muito trabalho de administrar. Mas acabei descobrindo que a minha briga com papel é para o arquivamento. Eu não gosto de guardar papel. No entanto, sempre que me via realizando os meus planejamentos, me pegava com um post it na mão, ou com uma folha sulfite que servia como base para estruturar um plano pro meu dia, minha semana ou meu mês. De certa forma, eu sempre planejei no papel, eu só não guardava porque depois do planejamento, eu passava todas as informações para o sistema digital. Meu sistema atualmente é composto pelo Evernote, Todoist, Trello e Google Calendar.
A entrada do Bullet Journal permitiu então que eu unisse o hábito de planejar no papel com o arquivamento de um diário que muito me agrada, pois nele eu deposito exatamente tudo o que está acontecendo na minha vida. Eu utilizo o Bullet então como uma referência. É o meu controle, sabe? E eu acho muito bacana ter a visualização desse plano de forma colorida, organizada e decorada no papel. É um sinal que estou dando para mim mesma que isso é importante pra mim. Interessante como as coisas quando colocadas no papel parecem muito mais reais! Muito mais reais do que quando estão no digital.
O Bullet Journal então não funciona como uma agenda pra mim. É um diário de promessas. As promessas que faço pra mim mesma. Já estou ficando tão envolvida que lembro das páginas em aberto do meu diário com aquelas promessas que coloquei para mim mesma. Minhas metas. Meus caminhos. Não sei se é o formato da letra ou o tempo que deposito para formá-las no papel em uma estrutura bonita, mas percebo que estou ficando mais disciplinada porque gosto de dar um check nas coisas e ver minhas listas concluídas. É como se o check fosse o elemento que faltasse na composição da obra.
Além de planejamentos, também venho usando o Bullet para registrar coisas que eu gosto, inspirações ou ainda, aprendizados de estudos ou da vida. Coloco um espaço de diário para escrever sobre o que aconteceu a cada dia. Fico me imaginando lendo todas essas coisas e a maneira que me senti ao vê-las realizadas ou não. Eu tive essa sensação muito forte com os meus diários quando era mais nova e estou me sentindo adolescente de novo com um caderninho que é cheio de segredos, planos e que diz tanto sobre mim.
Muita gente tem me procurado para perguntar dicas e dizer que está se inspirando com a minha experiência. E sério, isso não poderia me deixar mais feliz! Quando eu penso que do outro lado há alguém se inspirando eu percebo o quanto que esse plano no caderno não é só meu. É uma forma de colaborar com a organização ao meu redor. É uma corrente positiva que se forma. Nem todo mundo consegue se relacionar de uma forma tão receptiva com um sistema digital, é verdade. Afinal, não são todos que possuem um relacionamento amigável com tecnologia. Mas um caderno, canetas coloridas e páginas rabiscadas, isso as pessoas conseguem se ver fazendo! E eu sei que a medida que fazemos estes planos e refletimos sobre o nosso dia, acabamos conhecendo um pouquinho mais sobre nós mesmos. Isso não é lindo?
No início do processo com o Bullet Journal em janeiro eu estava muito preocupada em buscar referências e fazer spreads diferentes com um montão de coisas novas, mas logo percebi que isso não é sustentável. A inspiração tem que vir de dentro e no papel tem que entrar o que funciona pra mim, o que faz sentido pra mim e o que eu gosto. Por isso eu parei de coletar tantas referências e passei a usar meu bullet de maneira mais orgânica. Se eu coleto uma frase que eu gosto, acabo inserindo no Bullet. Se penso numa listinha bacana, acabo colocando no Bullet e assim as coisas andam.
Basicamente, tenho usado o sistema para:
Em um próximo post vou mostrar a vocês como estão as páginas do meu Bullet Journal. Agora no mês de Março fecho meu primeiro caderno e já estou pensando na estruturação do próximo. Você tem alguma dúvida sobre Bullet Journal? Me conta aqui nos comentários!