9 de julho de 2021
Meus amigos que moram nos Estados Unidos estão todos vacinados. Meus clientes e alunos de outros países também. Quando me perguntam: “como está tudo aí?”, a resposta é direta: continuo sendo brasileira na pandemia.
Tá difícil olhar para o nosso cenário. Não basta o caos político e social, a pandemia também trouxe intensas mudanças na economia, no trabalho, nas nossas relações.
Muitas pessoas estão no fluxo de extrema sobrecarga, sem rede de apoio, sem as escolas dos filhos, sem os empregos, tendo que ser profissional, pai, mãe, professor… Não tá fácil pra ninguém. Trabalhar em casa não deixou tudo mais prático.
Para uma pequena parcela da população, sim. Mas eu te garanto que, pra grande maioria, não.
Lembro que, no começo da pandemia, muito se falava em: “agora, você terá mais tempo para ler os livros que estão parados, fazer 100 cursos da sua lista”… A verdade que vejo no dia a dia com cada aluno que converso é que estamos todos cansados. Tá todo mundo fazendo tudo MENOS. Porque a realidade é que tá fod@ cuidar da casa, trabalho, filho pela casa correndo, cenário econômico incerto, cenário político mais incerto, insegurança, reclusão e total instabilidade de tudo.
No meu caso, tive que mudar minha rotina para fazer coisas que me trouxeram mais contato comigo mesma como forma de me manter firme nesse segundo ano de pandemia. Sempre falo aqui que produtividade é sobre o que importa, é direcionar o nosso tempo para o que é essencial. E, nessa fase, o que mais importa é nossa saúde mental, espiritual, emocional, física e claro, coletiva.
Se a gente não olhar pra isso, tudo se deteriora. Optei por fazer menos coisas e colocar mais brechas de descanso e que me tirem do fluxo de informações do que comprar cursos, ficar mais nas redes. A questão não é fazer o que eu faço, mas pensar: o que é importante para manter a saúde?
Tenho plena consciência de que é um privilégio estruturar minha rotina. Mas te peço com compaixão: veja se é possível fazer algum ajuste na sua também para cuidar um pouco de você.
Leve em consideração o que gera valor no seu dia a dia. Às vezes, respeitar o horário de não trabalhar já é um passo enorme. Se o expediente acaba às 18h, a partir desse horário, não trabalhe mais. Se você termina o dia cansado, por mais que você tenha feito muitas coisas, pode ser que você não se sinta produtivo. É melhor fazer menos e se sentir mais tranquilo, do que fazer mais e ficar esgotado.
A produtividade de todos nós será diferente enquanto estivermos enfrentando essa pandemia. Seja compassivo com o seu processo e faça pequenos ajustes para cuidar de você.
E só pra deixar claro: #forabolsonaro!