24 de novembro de 2021
No cenário do trabalho remoto, onde vemos modalidades “híbridas” e “flexíveis” ganhando destaque, a organização da comunicação é fundamental.
A comunicação pode acontecer de maneira síncrona ou assíncrona. De maneira bem simples, eu posso te dizer que a comunicação ASSÍNCRONA é a que acontece em diferentes tempos e espaços. O emissor manda no tempo dele, o destinatário responde no tempo dele. É quando você envia uma mensagem sem esperar uma resposta imediata (um e-mail, por exemplo).
Já a comunicação SÍNCRONA ocorre no mesmo tempo e espaço, quando você envia uma mensagem e o destinatário processa as informações e responde imediatamente. As reuniões on-line são exemplos de comunicação puramente síncrona.
Se home office for proibido, um terço dos profissionais cogitaria mudar de emprego, segundo uma pesquisa da consultoria Robert Half.
O trabalho remoto é o presente e nele a comunicação assíncrona é o modelo a seguir. Se existe uma pessoa no escritório e outras online, todas estão online, percebe? Quando o sistema funciona de forma assíncrona, com tudo registrado, escrito e com os processos claros, os colaboradores ganham mais autonomia.
A prática da comunicação clara e a descrição de procedimentos ajuda a todos os membros do time a trabalharem com mais foco, eficiência e atenção, além de se manterem conectados e por dentro do que está acontecendo nos projetos.
Mas se a comunicação assíncrona é tão eficiente no trabalho remoto, o que impede as empresas/orgãos de adotá-las?
Sou millennial e, desde que me entendo por gente, tô vendo as coisas ao redor só acelerando mais e mais.
Da mesma forma que lembro do chiado e do toque da agulha em um vinil, lembro das idas às lojas de CD para curtir as músicas de álbuns novos antes de comprá-los. Hoje, é só abrir o Spotify.
Quando penso nas formas de comunicação, então! Vejo como foi em um suspiro histórico que tudo mudou. Foram vários os processos acelerados exponencialmente nas últimas décadas, né? Essa aceleração mexeu conosco e está deixando muitos de nós doentes.
A gente tá vendo a ponta do iceberg, acredito. O trabalho remoto emergencial por conta da pandemia acelerou algumas coisas (de maneira caótica e desorganizada), mas as pessoas notaram novas formas de fazer, online, a coisa toda funcionar.
O verdadeiro desafio, hoje, se quisermos um melhor futuro no trabalho, é mudar essa mentalidade imediatista. As pessoas estão acostumadas com o imediatismo porque ele aparenta ser mais rápido. Não é. As idas às mesas do chefe e do coleguinha pode até render a resposta, mas corta para muitos o fluxo de trabalho.
A questão é a nossa ansiedade. Planejamento e paciência seguem outro ritmo que muitas corporações não estão acostumadas. É realmente uma mudança de cultura, de mentalidade do trabalho como um todo.
Mas, respire fundo, inspire e não pire!
No trabalho assíncrono há mais autonomia para trabalhar de forma flexível e o que importa é a qualidade das entregas. Não é preciso estar disponível o tempo todo.
Se você é uma liderança, vai precisar trabalhar em modo de confiança ao invés de vigilância. Já tem muita gente boa trabalhando de forma assíncrona e melhorando (muito!) a produtividade.
Para que a comunicação assíncrona funcione bem, é essencial saber escrever de forma clara e objetiva. Dá mais trabalho, é verdade. Mas vale a pena por conta do registro de processos.
O Whatsapp invadiu nosso dia sem pedir licença, e no menor sinal de falha, o pânico já é instalado.
Mesmo que às vezes ele pareça um dispositivo tirânico de comunicação, é importante lembrar que o Whats é apenas uma ferramenta de apoio.
Acontece que estamos em uma sociedade líquida, imediatista e cansada. Mensageiros instantâneos promovem respostas instantâneas, sem muito critério sobre os horários de envios e formas de traçar essa comunicação. Mas, aos poucos, podemos desenvolver habilidades e maneiras de contornar esse imediatismo. Tudo é prática!
A melhor forma de se relacionar com áudios é acelerando e ouvindo em deslocamentos? Ou separando tempo para processar e responder com atenção?
Exercite se colocar no lugar do outro. Considere que o seu tempo é tão importante quanto o da pessoa que recebe a mensagem. Que formas facilitam a comunicação entre vocês?
Em um primeiro contato, por exemplo, é legal avisar antes de mandar um primeiro áudio, saber como é para outra pessoa o processamento. No caso de alguém já conhecido, indique o assunto por texto, definindo a urgência para que a pessoa ouça a mensagem.
Busque ser objetivo. Facilite a comunicação.
Na sequência do seu “oi, tudo bem?” já comunique sua mensagem. Isso evita aquele pinga pinga de mensagens e já dá uma orientação de tempo de resposta a quem recebe a mensagem.
A gente lida com mensageiros instantâneos, mas podemos pensar um pouco mais para facilitar a comunicação. Escrever um pouco mais. Ou ainda, esperar um tantinho mais para mandar uma mensagem. Precisa mesmo compartilhar uma informação de trabalho fora do expediente? A não ser em casos extremos, a resposta é não!
Programe e-mails, use ferramentas de comunicação com seu time e repasse as mensagens em momentos adequados. Isso também significa empatia, sabe? Empatia com o tempo e o descanso dos outros. Comunicação assíncrona é isso. 😉
Quer construir um sistema de comunicação assíncrona para o seu time?