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Gabriela Brasil

23 de junho de 2022

Uma semana de 4 dias de trabalho pode funcionar no Brasil?

O movimento da comunidade 4 Day Week Global existe para reunir pessoas com propósitos similares e que apoiam a ideia da semana de trabalho de 4 dias como parte do futuro do trabalho. Nesse texto trago opiniões sobre os atuais desafios da semana de 4 dias de trabalho no Brasil.
 Mentalidade Organizada,  Organização do Trabalho 
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Desde 2019 sigo um fluxo de trabalho de 4 dias. Trabalho cerca de 30 a 32 horas semanais. Meus dias de trabalho são por vezes longos e cansativos, mas de sexta a domingo eu tento preservar meu descanso.

O fluxo de ficar offline e ter menos dias de trabalho me ensinou que posso trabalhar menos e de maneira inteligente. Trabalhar menos me deu um incentivo para lidar com a procrastinação, que tem muito fundo emocional conectado ao perfeccionismo, vida de workaholic, vício em produtividade. Os três anos de experiência com a semana de 4 dias de trabalho me fizeram uma empreendedora mais consciente.

Nas últimas semanas muitos canais de mídia divulgaram os testes piloto com empresas, que estão sendo feitos ao redor do mundo, especialmente no Reino Unido e Estados Unidos pela comunidade sem fins lucrativos – 4 Day Week Global – criada por Andrew Barnes e Charlotte Lockhart. O movimento da comunidade existe para reunir pessoas com propósitos similares e que apoiam a ideia da semana de trabalho de 4 dias como parte do futuro do trabalho.

Em 2018 foi quando ouvi falar sobre a semana de 4 dias de trabalho pela primeira vez. A empresa Perpetual Guardian lançou um teste de seis semanas para sua equipe em Março de 2018, onde a proposta era: a equipe trabalhará por quatro dias na semana, mas será paga ainda por cinco dias. Como o teste foi bem sucedido, a empresa implementou a política permanentemente na empresa. O fundador Andrew Barnes afirma que o objetivo por trás da semana de quatro dias é aumentar a produtividade e mudar o modo tradicional.

Nesse mesmo ano, foi quando me deparei com o trabalho do autor Alex Soojung-Kim Pang, fundador da empresa Strategy and Rest, uma consultoria que é dedicada a ajudar empresas a aproveitar o poder do descanso para encurtar os dias de trabalho, mantendo o foco e a produtividade. O livro “Rest – Why You Get More When You Work Less” me pegou em cheio bem nessa época, em um momento de vida onde tinha decidido pegar mais leve no meu trabalho e aprender a descansar.

Depois de um tempo colocando em prática o que havia aprendido com o livro, decidi trabalhar 4 dias na semana. Como minha empresa é enxuta e realizo muitos projetos de maneira autônoma, tive liberdade para estudar e experimentar até entender como poderia fazer funcionar considerando os meus clientes, os padrões de entrega que possuo e claro, a produtividade.

Entrei em contato com o Alex Soojung para agradecê-lo e contá-lo da experiência com a semana de 4 dias. Nessa época eu estava morando no Vale dos Silício e pude encontrar o autor para um almoço em Palo Alto. Nesse dia conversamos sobre a nova pesquisa que ele estava fazendo sobre semanas reduzidas de trabalho e pude também compartilhar as minhas experiências como autônoma. Meses depois, pouco antes da pandemia, tive a oportunidade de ler a edição (ainda não publicada) de seu novo livro – Shorter – Work Better, Smarter, and Less.

No lançamento do livro, me lembro de perguntar ao Alex: – Como isso poderia funcionar em países como o Brasil? Quais modelos existem hoje na América do Sul?

Considero que entrei para o movimento em comunidade para redução das horas de trabalho nesse dia. Alex Soojung Pang é hoje o Gerente Global de Programas e Desenvolvimento 4 Day Week Global e um verdadeiro mentor na minha jornada.

Os benefícios da mudança da semana de 4 dias de trabalho

Para seguir o fluxo de trabalho em 4 dias na semana é necessário reorganizar e cortar as atividades menos produtivas. Isso significa em boa parte das vezes: montar sistemas digitais eficientes e rever a forma de cultura e gestão, diminuindo reuniões e reforçando a comunicação assíncrona.

Não é de uma hora para outra que fazemos mudanças de comportamentos, ainda mais a nível coletivo, social. Mas aos poucos estamos vendo o movimento global da semana de 4 dias de trabalho crescer e se apresentar como alternativa a esse modo louco de trabalho que está adoecendo as pessoas.

Além das pesquisas apresentarem que o modelo é ótimo para produtividade da empresa, a semana de 4 dias de trabalho é um caminho para mudarmos cenários de burnout, depressão, desigualdades sociais e até mesmo a crise climática, como cita a economista Juliet Schor, em seu último Ted Talks. A economista está liderando as pesquisas no trial do movimento #4dayweekglobal no Reino Unido.

Os desafios da semana de 4 dias de trabalho no Brasil

Recentemente abri uma caixa de perguntas no Instagram perguntando o que as pessoas queriam saber sobre a semana de 4 dias de trabalho e a maioria das perguntas que chegaram tinham a ver com a implementação no Brasil.

Não há proposta de mudança para as leis brasileiras. Pela legislação a jornada de trabalho é de até 40 horas semanais. O que estamos vendo acontecer no Brasil é um movimento no setor privado, em alguns cases implementados recentemente como nas empresas NovaHaus, Shoot e ZeeDog.

O 4 Day Week Global espera lançar um programa para empresas brasileiras o mais rápido possível, com base na experiência no Reino Unido, Estados Unidos, Austrália e ao final do ano na União Européia. Mas ainda não há planos concretos.

Acredito que os desafios que as empresas terão aqui vão de encontro com a cultura agitada de trabalho constante que está em todo lugar, a tal Hustle Culture, onde tudo tem que ser ágil e perfeito. Onde tudo é prioridade e trabalhar duro é prova de honra. A cultura do excesso de trabalho é super difundida, mas as pessoas não saem ilesas dessa. Sobrecarga e longas horas de trabalho estão adoecendo cada vez mais pessoas.

Esse movimento exige uma mudança estrutural, nas normas e treinamentos para que o foco dos colaboradores seja preservado. A forma de se reunir e estar disponível muda totalmente. A forma de eliminar e priorizar as atividades também. Essa mudança de cultura por si só é um mega desafio, pois exige pensar nas estruturas de comunicação, organização e gestão da empresa.

O teste da semana de 4 dias tem 4 etapas:

  • Design
  • Planejamento
  • Piloto
  • Análise

Para que o teste possa acontecer é importante cocriar normas com quem está participando, ou seja, os membros do time. Comunicação entre os clientes, parceiros e investidores deve ser muito clara, explicando o propósito da mudança. O piloto geralmente dura de 3 a 4 meses e durante o processo uma equipe acadêmica realiza pesquisa com os colaboradores, através de formulários, diários e entrevistas.

Durante a implementação do piloto, a comunidade 4 Day Work Week fornece suporte a quem está partipando dos testes que eles organizam, com workshops, orientações de planejamento, e modelos para desenho das políticas de produtividade. Além disso, a troca entre os participantes enriquece muito a experiência durante a implementação.

Esse é um outro desafio que as empresas brasileiras enfrentam hoje, de criar seus modelos diante de uma realidade tão recente, com poucas pessoas para trocar experiências. Pensar na logística de como fazer a semana de 4 dias de trabalho funcionar é agora o grande impedimento e desafio.

De acordo com o que estamos vendo ser aplicado pelo 4 Day Week Global, a questão não é “uma semana de 4 dias pode funcionar?”, e sim “como vamos fazer isso funcionar na nossa empresa, considerando nossos clientes, nosso tamanho, nossos padrões profissionais e o nossa realidade brasileira?“.

Nesse momento eu estou atuando como mentora voluntária dentro da comunidade 4 Day Week Global, e assim como muita gente, também estou buscando entender como vamos fazer isso no Brasil. A ideia atualmente é continuar promovendo as ideias do movimento, com conteúdos e trocas entre comunidades.

Minha expectativa pessoal sobre essa iniciativa no Brasil é que possamos reunir um grupo de pesquisadores e empresas para participar dessa análise e assim desvendarmos juntos novos caminhos para aplicação dessa ideia no nosso país. Reunir a comunidade de brasileiros em torno do movimento é um primeiro passo para entender e trabalhar nesses desafios de logística.

Experiência com a comunidade 4 Day Work Week Global

Comecei a fazer parte da comunidade no início de 2022 e meu papel é de mentora, acompanhando a implementação com o grupo de forma geral (temos canais no Slack) e em reuniões mensais com uma empresa dos EUA.

Fui conectada a empresa OwnTrail, que é uma empresa que oferece ferramentas, conexão e suporte para que os membros montem suas jornadas pessoais e profissionais, possibilitando um caminho de autoconhecimento. Em reunião com a CEO, Kt McBratney, ela me contou como a empresa já operava em modo remoto e como o teste da semana de 4 dias tem sido bem recebido e aplicado. Meu papel junto a empresa é de mentoria em produtividade e organização, para auxiliar na implementação.

Eu comecei a fazer parte da comunidade como mentora com o teste nos EUA, que foi lançado oficialmente em Maio, após uma fase de planejamento de várias semanas e será executado até outubro de 2022. Nesse momento a comunidade 4 Day Work Week segue fazendo mais workshops e lançando testes na Austrália (Julho), Canadá (Agosto) e UE (Novembro).

Minha experiência até agora tem sido de muito aprendizado. Estou estudando sobre os processos e auxiliando o movimento na organização do conhecimento para que as informações estejam fáceis e acessíveis para aqueles que participam dos testes e também para o público geral.

Os maiores insights que estou tendo, aprendendo com a comunidade, são que o movimento das empresas funciona quando os funcionários podem participar da formatação das normas para a mudança dar certo.

Uma das perguntas que recebi no Instagram dizia que “minha preocupação é que algumas empresas usem isso como atrativo para novos empregados, mas na prática não haja mudança. A carga de trabalho continua a mesma e sendo praticamente impossível de completar em 32h. No final, o funcionário vai acabar tendo que espremer 40h em 4 dias.”

O modelo da redução da carga horária demanda ajustes nas atividades e é justamente por isso que as empresas passam por um teste para saber se o modelo vai funcionar. Inevitavalmente, acabam tendo que priorizar e despriorizar. Para construir a base de uma semana de 4 dias de trabalho, a cultura baseada em confiança é a lei. Não a toa, empresas que possuem esse modelo acabam atraindo novas pessoas e retendo seus colaboradores por mais tempo.

Através da redução da carga horária, entendemos o que faz diferença, quais os reais espaços que as atividades ocupam e percebemos o que é realmente importante e prioritário. Essa nova consciência muda totalmente nossa forma de trabalhar. Encaro a semana de trabalho de 4 dias como um jeito essencialista de trabalhar. Fazemos menos, porém melhor.

É impressionante como o mundo do trabalho conecta produtividade a mais tempo de trabalho. A semana de 4 dias mostra um novo modelo onde as pessoas trabalham menos horas, são tão produtivas quanto (ou mais) e recebem o mesmo.

Ainda temos um longo caminho pela frente até que essa alternativa alcance cenários maiores pelo mundo, mas acredito que podemos aprender muito ao adotar as práticas usadas nesse movimento.

Pensando em reduzir as horas de trabalho e adotar um sistema inteligente para gerir as atividades?

Me escreve. Vamos pensar juntos em soluções.
Me escreve. Vamos pensar juntos em soluções.
Gabriela Brasil

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