19 de novembro de 2019
Se você me disser que o dia anda corrido, que o tempo está passando mais rápido do que nunca, que tá tudo muito acelerado, eu vou te entender.
Vivemos a cultura da aceleração onde o padrão é querer mais, encaixar mais, ir mais rápido, mais longe, atingir mais pessoas. Na cultura da alta performance o que importa é a realização, o que foi feito, o desempenho.
Performar faz parte do ser humano. Imaginamos, questionamos e criamos coisas. Buscar por alta performance é buscar um desempenho máximo em algum campo (ou em todos) da vida, afim de alcançar o inimaginável muitas vezes.
Tá errado sonhar alto? Não. Sonhar faz parte de qualquer meta. Só que em busca do equilíbrio verdadeiro e da alta produtividade, devemos levar em consideração não apenas a performance, mas também os respiros, os suspiros e os encontros com o acaso.
Diminuir o ritmo e viver um estilo de vida mais SLOW significa dar um passo atrás e começar a curtir os processos, aprender com eles. É um caminho para trabalhar a aceleração e sair do fluxo maluco que a economia da atenção nos coloca. Sugando nosso tempo, nossa atenção, nossos dados. Mas tudo é escolha nossa, afinal.
Um estilo de vida mais SLOW envolve um olhar diferente sobre os processos cotidianos, se colocando como parte deles e entendendo cada espaço de interação. É uma oportunidade de saborear o tempo ao invés de vê-lo passar. É um momento de se conhecer internamente, ouvir seus próprios gritos e lamúrias, enxergar novos espelhos e absorver os aprendizados que os arredores trazem.
Diminuir o ritmo significa cuidar do eu futuro. Usar a imaginação para co criar realidades a longo prazo. Na verdade, SLOW LIVING is all about long term.
Existe seu tempo, o tempo do outro e o tempo da natureza. Certas coisas planejamos, certas coisas a vida planeja pra gente. Não é sobre velocidade, percebo. É sobre consciência, intuição, conexão, intensão, direção e profundidade.
Eu não tenho nada contra o clube das 5 am. Quem quiser acordar às 5 am porque tem um desempenho melhor durante o dia, pois que acorde. Eu não vou acordar simplesmente porque não funciona pra mim.
Claro que, se eu treinar meu corpo para acordar 5 am, acredito que ele vá se acostumar. Mas não quero investir nesse treinamento agora. Na verdade, a hora que você vai dormir ou a hora que você vai acordar, depende muito do seu próprio fluxo. Por favor, não caia na cilada de comparar o seu fluxo e a sua organização a de outra pessoa. Vale se inspirar, entender lógicas, pescar ideias, mas não compare o seu ritmo.
Se você tem um estilo de trabalho e de vida como o meu, com certeza divide suas atividades em pelo menos duas categorias:
O perigo é que o item dois pode engolir o tempo todo do dia e as atividades que precisam de um ritmo mais lento serão deixadas para depois. Por isso, busque organizar o seu trabalho da seguinte maneira:
Da mesma forma que o exercício físico, um período curto de atividade, feito com intensidade e foco, pode gerar resultados incríveis. Adicione a isso a lógica da repetição e com o tempo, sua performance irá aumentar.
Carros de fórmula um e seres humanos possuem algo em comum: depois de algum tempo de aceleração, eles precisam de um pit stop.
Essa semana gravei uma live sobre minha experiência em um estilo de vida mais slow, e vou deixar aqui no blog como material complementar a esse tema. Vale o play!
É claro que é possível diminuir o ritmo e aumentar a performance. Mas mais do que isso: é possível encontrar o seu ritmo e entender melhor sobre sua forma de realizar as coisas. Não é algo que vai acontecer de uma hora pra outra. Mas sem correr, veja só que vantagem, é possível aproveitar melhor o caminho. ☺️
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