Sabe aquela ideia genial que você teve antes de dormir e não lembrou de jeito nenhum no dia seguinte? E aquela que veio na hora do banho, mas o vapor apagou os escritos do box? Ou ainda aquele texto incrível que veio na sua cabeça bem na hora que você estava dirigindo e não tinha ninguém pra quem contar? Vamos dedicar um minuto de silêncio para todas essas ideias geniais que não tiveram a oportunidade de acontecer? As pobrezinhas nem chegaram a se materializar em algum papel. Que dó.
Eu não sei você, mas eu vivo tendo ideias. Ideias de coisas pra escrever, de coisas que preciso fazer na minha casa, de viagens que quero realizar, de eventos que quero organizar, de papos que quero trocar com meus amigos, de checklists para facilitar minha rotina, de roteiros de filmes, de capítulos de livros, de receitas malucas para experimentar, enfim. Talvez você seja igual a mim e sua cabeça fica a mil o dia todo pensando em um monte de coisas ao mesmo tempo agora. Se eu não der um lugar para cada uma dessas ideias morarem, elas vão ficar no limbo dos meus pensamentos. E eu já sei que são raras às vezes que eu consigo lembrar de uma ideia que não foi registrada.
Depois de tanto perder insights legais eu resolvi organizar as ideias like a pro. Isso mesmo. Assim como objetos, tarefas e compromissos, ideias também devem ter lugar para morar e devem ser visitadas com frequência, do contrário abandonamos as bichinhas pra nunca mais vê-las acontecer.
Ao longo da minha experiência utilizando o método GTD (Getting Things Done) do David Allen, percebi que a coleta é a fase que mais faz diferença no meu dia. Afinal, se eu não coletar o que eu vou executar? A resposta é clara: se eu não coleto as ideias mais legais que vem a minha mente ou as tarefas que surgem da minha consciência, o que me restará será as ideias dos outros e as tarefas que vem dos outros. É um risco danado pra mim não coletar porque corro o risco de viver no tempo do outro e passar meus dias deixando os meus projetos de lado. O David Allen diz que nossa cabeça foi feita para ter ideias e não para armazená-las. Tá certinho. Nosso cérebro é muito do esperto e do inteligente, mas não é sempre que ele lembra de algo no momento que precisamos lembrar. Caso isso acontecesse, a gente lembraria da lista de supermercado bem na hora que chega no supermercado. Mas eu te pergunto: quantas vezes isso aconteceu com você? (Não vale quando a lista só tem dois itens, hein? Rs)
Coletar é depositar tudo que vier em sua mente, qualquer informação mesmo, em um local de confiança que você sabe e se compromete a olhar posteriormente. Esse local de confiança é a sua INBOX. E nós podemos ter várias delas.
Eu por exemplo, uso quatro caixas de entrada. Uma é um caderninho de anotações que anda sempre comigo pra todo lado, dia e noite. Ideias, insights, tarefas, frases, conteúdos, tudo vai pro
Segundo Cérebro, como carinhosamente chamo essa caixa de entrada. Muitas coisas que você leu por aqui nasceram nesse caderninho. Eu gosto de ter um caderninho de papel comigo porque muitas vezes as ideias fluem melhor no papel e sinto que estou sendo mais criativa com ele ao lado para me socorrer. Sim, isso foi escrito por uma pessoa high tech. Minha outra caixa de entrada é o Todoist. Como boa parte do meu trabalho acontece no meu computador, tenho o aplicativo Todoist instalado e quando uma demanda surge na minha cabeça eu já coloco logo no Todoist. Para garantir essa coleta facilmente uso o atalho command + shift + A para aparecer a funcionalidade de adição rápida de tarefa do Todoist, independente de onde eu esteja navegando. Também uso a extensão Pop Clip que me ajuda a capturar infos de maneira simples selecionando o texto e mandando pro Todoist.
Minha terceira INBOX é um caderninho a prova de água que fica no box do meu banheiro. Parece que tudo se esclarece quando eu abro o chuveiro. Não estou brincando. Já perdi muitas ideias no banho e por isso eu comprei um
papel a prova d’água pra que isso nunca mais acontecesse. Parece bobo, mas funciona que é uma beleza!
Por fim, tenho um bloquinho e caneta ao lado da minha cama para não esquecer aquelas ideias e demandas que chegam antes de dormir. Além de me trazer um alívio imenso por ter tirado a informação da minha mente, não preciso me levantar ou pegar o celular para capturar uma ideia.
Mas nem só de coleta vive as ideias.
Para garantir que elas vão sair do papel você precisa armazenar essas ideias em locais que você vai acessar posteriormente com frequência e facilidade. Algumas vezes você vai ter um rascunho inteiro de um livro ou o texto completo de um podcast ou ainda aquele capítulo que faltava na sua dissertação, outras vezes você terá apenas uma frase que ilustra o que você quer tornar real. Tudo bem. Todas essas coisas podem ter locais para morar.
Eis as minhas estratégias de armazenamento de ideias:
- Tenho no Evernote um caderno chamado Banco de Ideias. Dentro dele armazeno notas que possuem rascunhos de posts, audios, escanes do que escrevi em meu caderninho e mesmo ideias que surgiram em viagens.
- Tenho listas no Todoist para ideias que quero tocar algum dia. Elas ainda não são projetos reais, mas para garantir que não se percam classifico para facilitar a localização. Toda semana reviso essas listas e vejo quais das coisas que incluí nelas podem se tornar realidade
- Armazeno no Pinterest ideias de conteúdo que ainda quero produzir ou de referências do que quero fazer na decoração e organização da minha casa.
A estratégia é coletar todos os dias, processar e organizar essas ideias nos locais certos e revisar as listas e ideias a ponto de trazê-las para realidade no tempo que tenho disponível. Fazendo isso eu garanto que as ideias não se percam e consigo ter sempre conteúdo fresquinho e projetos acontecendo de acordo com o que eu gosto e quero fazer na minha vida e no meu trabalho.